Asma
9
Tratamento medicamentoso da asma em crianças
ISSN 1810-0791 Vol. 3, Nº 9 Brasília, agosto de 2006
Lenita Wannmacher*
Resumo
Inúmeras são as alternativas para tratamento medicamentoso de asma em crianças, com ênfase em agentes usados por via respiratória. Diferenciam-se as opções em tratamento de crises e de manutenção ou profilaxia de novas crises. As escolhas mais adequadas orientam-se pela gradação sintomática e evolutiva da asma (intermitente, persistente leve, moderada e grave, asma aguda). Dentre as duas principais categorias de antiasmáticos de uso corrente (broncodilatadores e antiinflamatórios), buscam-se as evidências para selecionar representantes quanto a eficácia e segurança. Este último aspecto é crucial em crianças submetidas a uso crônico de alguns desses fármacos.
Introdução
A
asma em crianças caracteriza-se como tosse crônica ou recorrente acompanhada de sibilância. Asma leve pode ser intermitente ou persistente. A primeira condição é esporádica, desencadeada por vários fatores e intervalada por períodos assintomáticos. Asmas moderada e grave são persistentes, com aumentada freqüência de episódios de broncoespasmo. Em qualquer condição podem ocorrer exacerbações agudas. Dentre as várias gradações de asma aguda, destaca-se a síndrome de asma aguda grave, reconhecida por presença de sibilância ou dispnéia que impedem a formulação de uma sentença em único movimento respiratório, taquicardia e taquipnéia. A asma infantil é doença prevalente, alcançando 4% a 10% nos últimos 25 anos. São fatores predisponentes história pessoal ou familiar de atopia, presença de hiper-reatividade brônquica e freqüência aumentada de episódios de sibilos. A asma é precipitada por infecção, poeiras, pólen e mofo, pêlos de animais, exposição à fumaça do tabaco e ansiedade. Os tratamentos direcionam-se ao manejo sintomático das crises e à profilaxia, visando minimizar sintomas e evitar novas