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(meramente temporária) que existe hoje entre o Capitalista e o Operário era a chave de toda a questão. Sem dúvida que isso lhes parecerá bastante grotesco — e absolutamente insustentável! — mas em nossos dias mesmo já existem provas que apontam nessa direção. Há uma tendência a utilizar o subsolo para os serviços menos nobres da civilização. Temos, por exemplo, o Metropolitan Railway em
Londres, as passagens subterrâneas, escritórios e restaurantes no subsolo, e eles crescem e se multiplicam. Evidentemente, raciocinei eu, a tendência se acentuou de tal forma que a Indústria perdeu o seu direito de existência à luz do sol. Quero dizer com isso que ela foi descendo cada vez mais profundamente e construindo fábricas subterrâneas cada vez maiores, passando uma parte cada vez maior do seu tempo lá embaixo, até que por fim. . .! Não é verdade que, já em nossos dias, o operário dos bairros pobres vive em condições tão artificiais que praticamente não tem acesso à superfície natural da terra?
Ainda mais, a tendência exclusivista da classe rica — devida, sem dúvida, ao crescente refinamento de sua educação e ao abismo que se abre cada vez mais entre ela e a rude condição dos pobres — já está levando à interdição, em favor dela, de extensões consideráveis da superfície terrestre. Nos arredores de Londres, por exemplo, cerca de metade das mais bonitas zonas campestres é vedada aos estranhos. E esse mesmo distanciamento social cada vez mais agudo — resultante do extenso e dispendioso processo de educação superior e das crescentes oportunidades e tentações que se oferecem aos ricos para a aquisição de hábitos refinados — fará com que o intercâmbio entre as classes, a realização de casamentos mistos, que hoje retardam a divisão de nossa espécie segundo linhas de estratificação social, se tornem cada vez