asas de galinha
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[SOBRE O ENSINO DA
FILOSOFIA]
G.W.F. HEGEL
Tradutor:
Artur Morão www.lusosofia.net i
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Apresentação
Os documentos de Hegel aqui propostos são, manifestamente, escritos menores e de circunstância, mas nem por isso deixam de ter interesse. Datam do período em que ele, de 1808-1816, desempenhou o cargo de Reitor no Ginásio de Nuremberga. Não são estritamente filosóficos, embora se ocupem do ensino da filosofia nos Ginásios e na Universidade.
Centram-se, todavia, no modo como o estudo filosófico, aos seus olhos, se deveria dosear para poder invadir o espírito dos discentes, no caminho mais adequado para uma assimilação frutífera dos seus conteúdos e na distribuição progressiva das várias matérias, a começar pelas mais acessíveis e próximas do ânimo juvenil; não decerto para este em si se demorar e permanecer, mas se alcandorar depois ao elemento dialéctico e especulativo.
O contexto destes escritos – “O Ensino da Filosofia nos Ginásios” (1812) e “Sobre o Ensino da Filosofia nas Universidades”
(1816) – só se capta bem em ligação com os objectivos da Propedêutica filosófica e com o teor dos Discursos ginasiais de fim de ano, pronunciados por Hegel em Setembro (1809, 1810, 1811,
1813) e Agosto (1815). Nestes últimos realça-se repetidamente a importância da cultura e da formação (Bildung), a vantagem da disciplina e da auto-actividade, que se opõe à passividade; salientase o vínculo que deve existir entre a esfera peculiar da escola e o mundo real; sublinha-se igualmente a necessidade da configuração moral porque, sem esta, a educação falha o seu alvo essencial – a unificação pessoal.
No Discurso de 14 de Setembro de 1810 diz-se o seguinte:
“Saídos de um época transacta da representação, estamos ainda habituados a separar a cabeça e o coração e a considerar o pensamento e a sensibilidade, ou seja qual for o nome que a tal diferença se dê, quase como duas