Aguia e galinha
James Aggery, político e educador ganense que, certa feita, contribuiu para mudar a realidade social dos oprimidos de seu país. Em meio à acalorados discursos entre lideranças populares de Gana, Aggery discorreu contra a opressão de seu povo, à época sob domínio colonial da Inglaterra.No livro, "A águia e a galinha", o teólogo Leonardo Boff vai além da explicação deste fato histórico. Busca confrontar os fundamentos da existência humana e as condições que determinam o que somos, além de evidenciar a potencialidade do que podemos ser, caso estejamos dispostos a desvincilharmo-nos de imposições psicolócgicas, sociais, políticas e econômicas.Porém, aqui, neste curto espaço, será apenas apresentada a história que James Aggery contou aos seus compatriotas. Sua intenção era levá-los a lutar pela liberdade, que veio em 1949, após intensas lutas do Partido da Convenção do Povo, liderado por Kwame N'Krumah. Gana foi a primeira colônia inglesa a conquistar a independência. Esta história se fez pela liberdade de consciência do povo e pelotrabalho árduo de Aggery em mostrar que isso era possível.Assim disse o educador aos seus companheiros: uma vez um camponês que foi à floresta vizinha apanhar um pássaro para mantê-lo cativo em sua casa. Conseguiu pegar um filhote de águia. Colocou-o no galinheiro junto com as galinhas. Comia milho e ração própria para galinhas. Embora a águia fosse o rei/rainha de todos os pássaros.Depois de cinco anos, esse homem recebeu em sua casa a visita de um naturalista.
Enquanto passeavam pelo jardim, disse o naturalista: - Esse pássaro aí não é uma galinha. É uma águia.
- De fato – disse o camponês. É águia. Mas eu a criei como galinha. Ela não é mais uma águia. Transformou-se em galinha como as outras, apesar das asas de quase três metros de extensão.
- Não – retrucou o naturalista. Ela é e será sempre uma águia. Pois tem um coração de águia. Este coração a