As “tradições nacionais” e o ritual das festas cívicas
Sobre a autora
Professora de pós-graduação na Faculdade de Educação da USP. Fez mestrado e doutorado em História Social pela FFLCH-USP. Autora ou organizadora de diversas obras nas áreas de Educação e História, entre elas Dicionário de datas da História do Brasil, O saber histórico na sala de aula e História na sala de aula, todos publicados pela Editora Contexto. Atualmente é professora do programa de pós-graduação Educação: História, Política, Sociedade da PUC-SP.
Bittencourt trata do campo de Ensino de História hoje buscando a compreensão de como o indivíduo se identifica com sua sociedade, a partir do viés da Educação, ou seja, preocupam-se com os mecanismos criados para a manutenção dessa memória social dentro da instituição escolar. Bittencourt traz a tona o tema Comemorações Cívicas, como uma forma de perceber as relações traçadas entre o Estado e a sociedade. Além da aula de História, a nacionalidade e os conteúdos necessários ganham espaços de emissão diferenciados, como as outras disciplinas escolares e atividades extracurriculares como os desfiles e as festas cívicas, que transbordam a escola.
O texto volta-se para as tradições nacionais e o ritual das festas cívicas.
A invenção de tradições nacionais e as comemorações cívicas serviram, por tanto tempo, a perpetuar disputa entre os componentes nacionais, como Rio de Janeiro e São Paulo. Bittencourt ocupam-se de um conceito básico, no ensino de História: a noção de tempo. A partir de estudo de caso, concluem que o tempo histórico ensinado nas escolas não se limita ao cronológico, à localização nos séculos e à periodização. Os professores, mesmo quando não dispõem de uma sistematização, desenvolvem uma determinada noção de tempo qualitativo. Problemas como o