As zonas de desenvolvimento e o papel do educador
Ao estudar as formas tradicionais de avaliação do desenvolvimento psíquico, ou seja, do desenvolvimento daquelas funções como a linguagem, o cálculo, p pensamento, a memória, o controle da conduta, Vigotsky percebeu que, para avaliar esse desenvolvimento, utilizava-se apenas aquilo que a criança era capaz de fazer de forma independente, ou seja, sem a ajuda de outros. Vigotsky chamou esse nível de desenvolvimento de Zona de desenvolvimento real, uma vez que expressa o nível de desenvolvimento psíquico já alcançado pela criança. No entanto percebeu a existência de um outro indicador que precisava ser necessariamente considerado ao lado do desenvolvimento real já alcançado pela criança. Esse indicador foi chamado nível ou zona de desenvolvimento próximo e se manifesta por aquilo que a criança ainda não é capaz de fazer em sozinha, mas já é capaz de fazer em colaboração com um parceiro experiente. Para Vigotsky, ao fazer com a ajuda de um parceiro mais experiente aquilo que não é capaz de realizar sozinha, a criança se prepara para em breve, realizar a atividade por si mesma. Dessa forma, só há aprendizagem quando o ensino incidir na zona de desenvolvimento próximo. Se ensinarmos para a criança o que ela já sabe, não haverá nem aprendizagem e nem desenvolvimento. O mesmo acontecerá se ensinarmos algo que está muito além de sua possibilidade de aprendizagem, ou seja, para além daquilo que ela possa fazer com a ajuda de alguém. Por isso Vigotski, o bom ensino é aquele que garante aprendizagem e impulsiona o desenvolvimento. Nesse sentido, o bom ensino acontece num processo colaborativo entre educador e a criança: o educador não deve fazer as atividades pela criança nem para a criança, mas junto com ela atuando como parceiro mais experiente. Quando a criança realiza, com a ajuda de um educador, tarefas que superam seu nível de desenvolvimento, ela se prepara para realiza-las sozinha, pois o aprendizado cria