As teorias de justiça depois de Rawls - resumo
Rawls também é muito inocente ao pensar que sua proposta de arranjo social não será deturpada, usada de forma a prejudicar alguma parcela da comunidade. Ele se mostra muito apegado a ideia de seres racionais e não invejosos, e acaba esquecendo que as pessoas não são assim, sempre estão buscando alguma vantagem, mesmo que isso signifique prejudicar um conjunto de outras pessoas. Outro fator simplesmente pressuposto por Rawls, ao qual ele não põe maiores considerações, é que as pessoas aceitarão, sem contestar, os princípios de justiça escolhidos pelos sujeitos da posição original. Novamente, Rawls tende a colocar muita fé na índole e na racionalidade das pessoas, sendo que, se essa confiança fosse merecida as injustiças, que dão origem a tantas teorias acerca da justiça, não existiriam, ou seriam muito menores.
Uma das mais interessantes críticas, em minha opinião, à teoria rawlsiana é feita por Cohen, ao ressaltar a incoerência das chamadas ‘desigualdades moralmente aceitas’ com as bases da teoria da justiça. O fato de o grupo de pessoas mais favorecidas pela loteria natural poder desfrutar