As sequencias do bale
Trazendo a câmera como testemunha da transformação de Nina em um cisne negro - e não mais a perfeita bailarina da ciranda - a fotografia de Libatique é extraordinária, fazendo do balé algo não apenas interessante, mas também brutal. Com raras exceções, o filme se passa basicamente à noite, o que colabora na criação de um clima tenso.
A trilha sonora é um dos destaques da produção, o que já era de se esperar tendo em vista que utiliza sem medo a obra de Tchaikovsky. A presença do compositor russo na obra é tão forte que a trilha original composta por Clint Mansell (Novidades no Amor) acaba tendo como a função principal construir um clima de suspense.
Black Swan (no original) conta com uma ótima edição de Andrew Weisblum (Viagem a Darjeeling), que dita o ritmo do filme com brilhantismo ao investir em planos rápidos e longos, e ainda dá significado às cenas que em tese seriam apenas de passagem de tempo - como o momento em que Nina acorda, prepara a sapatilha ou coisas do tipo. Tudo é importante no filme, que ainda tem o mérito de não se alongar de forma excessiva. São apenas 108 minutos de duração.
Brincando com a ideia do canto do cisne branco, o filme é imperdível. Além de trazer um diretor e uma atriz no auge de suas formas, a produção merece destaque pela forma apaixonada e nada desinteressante com o qual trata o balé, fazendo-o atrativo para todos os públicos.
No final das contas o perfeito é o imperfeito, aquilo que -