AS REVOLTAS DA REPÚBLICA VELHA, MOVIMENTOS SOCIAIS POR MAIS DIGNIDADE HUMANA.
Gislaine Martins1
As pesquisas e estudos sobre o fim do regime monárquico e o início da república no Brasil revelam que este foi um período bastante conturbado e sem significativas transformações sociais para o país. Mesmo diante de acontecimentos importantes como a abolição da escravatura e a constituição republicana de 1891, não havia de fato um projeto de inclusão social e econômica das populações marginalizadas e, além disso, a república começou marcada pela hegemonia das elites latifundiárias no poder.
Havia o instituto do voto, mas este era proibido aos analfabetos, o que se tornou um fator exclusivo, pois a era grande o contingente de pessoas sem acesso à educação. Sem esquecer que não havia leis referentes aos processos eleitorais, o que fez com que as primeiras eleições republicanas fossem marcadas pelas fraudes.
Diante desse cenário desigual, o problema da exclusão socioeconômica se fez presente nas populações do campo e das cidades. No campo, os coronéis mantinham sob punho de ferro os camponeses, fato que abriu espaço para o florescimento de ideias como as que eram pregadas por Antônio Conselheiro, líder da Guerra de Canudos, José Maria na Guerra do Contestado e outras que provocaram o levante das massas na época da República Velha.
Nos centros urbanos, os movimentos sociais também afloravam com força em função da presença de um governo atrelado às tradições autoritárias e conservadoras dos donos de terras. Porém, o aumento do número de trabalhadores nas cidades formou a classe operária que sofreu a influência dos ideais socialistas e anarquistas daquele momento, promovendo os primeiros movimentos grevistas e revoltas populares como a Revolta da Vacina.
Nesse sentido, os militares também se mobilizaram e passaram a lutar contra o poder das oligarquias. Entre esses movimentos temos a Revolta da Chibata e Os 18 do Forte e mais tarde a Revolução Constitucionalista