As redes logísticas e o novo papel
As mudanças observadas nas últimas décadas do século XX apontam, sem dúvida, para uma nova organização da economia, caracterizada pelo caráter global, pela formação de redes, pela hegemonia das grandes empresas transnacionais e pela função articuladora da informação. Nessa nova economia global baseada na utilização das novas tecnologias da informação e da comunicação, observamos, além de outras importantes transformações, a reestruturação das empresas e dos mercados financeiros.
Impõe-se em escala mundial um processo de integração produtiva que coloca em contato direto ou indireto territórios cada vez mais distantes, ampliando o volume de produtos e informação em circulação. Consolida-se, nesse processo, uma série de redes de produção, de comunicação etc.
Neste artigo apresentamos uma discussão que coloca em foco a constituição das redes logísticas como base da gestão dos crescentes fluxos de bens materiais e imateriais decorrentes da integração produtiva em escala global. Concebidas essas redes logísticas como territorializadas, destacamos a importância da relação entre a logística e o território, atribuindo a este um importante papel nessa nova fase da organização capitalista. Numa primeira parte, são elencadas algumas considerações importantes para a compreensão da globalização, seguindo-se uma análise acerca da reformulação das estratégias de produção e distribuição das empresas e da formação de grandes redes globais.
Por fim, introduzimos uma discussão sobre a constituição das redes logísticas necessárias à gestão dos fluxos em escala global, articulando-a às análises que a apresentam como um vetor possível de desenvolvimento do território.
Interpretando os significados da globalização
É amplamente aceita a idéia de que a globalização não é um fenômeno novo. Já no século XVI, antes mesmo do desenvolvimento do capitalismo na Europa, a economia apresentava um caráter internacional ou mundial, o qual pode ser identificado nas