As narrativas taverneiras
Renata Andreolla*
“...os lábios da garrafa são como os da mulher: só valem beijos enquanto o fogo do vinho ou o fogo do amor os borrifa de lava?.”
O Romantismo no Brasil sempre teve, como uma das suas principais características, a busca pela identidade como país, a nacionalidade e a valorização de seu povo e sua cultura. E essa literatura romântica se popularizou, pois, eram publicadas em folhetins, cujos capítulos eram publicados em um jornal. E seus temas eram os mais tratados era o que valorizava a cultura brasileira, como o índio, o escravo e a natureza.
Com a chegada da segunda geração romântica, também conhecida como Ultra-Romantismo e/ou Byronismo, os temas centrais das histórias mudaram. Os autores deixaram de falar sobre a valorização da pátria. Influenciados por Lord Byron, onde sua poesia era impregnada de pessimismo, negativismo e desilusão amorosa, o nosso Ultra-Romantismo é caracterizado pelo tédio, pela melancolia, pelo desespero. Pelo amor não correspondido.
“...nós que amanhecemos nas noites desbotadas de estudo insano, e vimos que a ciência é falsa e esquiva, que ela mente e embriaga como um beijo de mulher.”
(Pag. 14)
Os autores dessa época eram jovens boêmios, que cultuavam as idas aos cemitérios, noites em claro, mulheres e bebidas. O maior poeta brasileiro desta época foi Álvares de Azevedo (1831-1852) e, em suas obras nota-se a presença marcante da melancolia e personagens com sentimentos sombrios e terríveis.
A obra Noite na Taverna mostra o lado mais byronismo de Álvares de Azevedo, onde ele narra uma série de histórias fantásticas e trágicas, cheias de vícios, amores desregrados e crimes.
“...aquela voz era sombria como a do vento à noite nos cemitérios cantando a nênia das flores murchas da morte.”
(Pag. 20)
Nota-se na obra a presença constante de palavras como morte, cemitério e o tom sombrio como esses assuntos são tratados. O amor, já que muitos remetem a época Romantismo com