As mutaçoes do mundo
A tese central é que a classe trabalhadora não é idêntica àquela existente em meados do século passado, ela também não está em vias de desaparição, nem ontologicamente perdeu seu sentido estruturante. Vamos, portanto, procurar compreendê-la, em sua conformação atual. Com a retração do binômio taylorismo/fordismo, vem uma redução do proletariado industrial, fabril, tradicional, manual, estável e especializado, herdeiro da era da indústria verticalizada de tipo taylorista e fordista.
A, entretanto, contrariamente à tendência anteriormente apontada, outra muito significativa e que se caracteriza pelo aumento do novo proletariado fabril e de serviços, em escala mundial, presente nas diversas modalidades de trabalho precarizado.
Há outra tendência de enorme significado no mundo contemporâneo: trata-se do aumento significativo do trabalho feminino, que atinge mais de 40 da força de trabalho em diversos países avançados, e que tem sido absorvido pelo capital, preferencialmente no universo do trabalho part-time, precarizado e desregulamentado. A expansão do trabalho feminino tem, entretanto, um movimento inverso quando se trata da temática salarial, na qual os níveis de remuneração das mulheres são em média inferiores àqueles recebidos pelos trabalhadores, que também são desiguais. Outra tendência presente no mundo do trabalho é a crescente exclusão dos jovens, que atingiram a idade de ingresso no mercado de trabalho e que, sem expectativa de emprego acabam muitas vezes engrossando as fileiras dos trabalhos precários, dos desempregados, sem perspectiva de trabalho. Assim como várias exclusões como a de trabalhadores considerados idosos pelo capital com a idade próxima de 40 anos que uma vez excluído do trabalho dificilmente conseguem reingresso no mercado de trabalho.
Quanto mais o sistema tecnológico da automação e das novas formas tende em direção a limites absolutos.