as maquiladoras
Em tempos de revisão do acordo automotivo com o México vale a pena dar uma passada de olhos nesta matéria da Radio Nederland Wereldomroep
As 'maquiladoras' se beneficiam dos privilégios que lhes são outorgados pelo governo mexicano e que lhes permitem explorar seus trabalhadores. O congresso daquele país debate uma reforma trabalhista. Vai melhorar a situação?
Nos anos 1960, o governo mexicano impulsionou um novo modelo de fábrica manufatureira com o objetivo de industrializar o país: as chamadas 'maquiladoras'. Atualmente, existem mais de três mil delas ao longo dos dois mil quilômetros de fronteira entre o México e os Estados Unidos, nas quais mais de um milhão de mexicanos estão empregados. Mas... a que preço?
Mago Ávalos trabalhou em uma maquiladora de Tijuana durante quatro anos, onde recebia cerca de 50 dólares por semana. Sua jornada, teoricamente, era das duas da tarde às 9h30 da noite, mas era obrigada (contra a opção que consta da lei mexicana) a fazer horas extras: “Na verdade, trabalhava das duas da tarde às seis da manhã”, conta.
Além disso, ela assegura que os patrões obrigam os empregados a trabalhar em ritmo “cada vez mais acelerado e com mais qualidade”. Mago tinha o objetivo de empacotar quinhentas meias-calça por hora: “A única forma de conseguir isso é trabalhar sem sair para tomar água ou ir ao banheiro, comer muito rápido ou até não comer. Porque não cumprir a meta pode significar demissão”.
Vivendo na pobreza
Depois do trabalho, as vidas dos empregados das maquiladoras transcorrem em acampamentos conhecidos como 'colônias', carentes dos serviços mínimos, como água potável, luz elétrica ou rede de esgoto. Mago afirma também que há muita violência nessas áreas. O jornalista estadunidense David Bacon, que visitou algumas delas para suas reportagens, as define como “áreas com caminhos de terra à margem das cidades”.
Beneficiados
Desde a criação das maquiladoras e