As linhas em que caminham os viajantes: brasil redesenhado pelo visitante.
O artigo da professora Ângela Domingues, publicado pela Revista Brasilenã em História, tem como propósito relatar a trajetória dos viajantes ingleses no Brasil em meados do século XVIII. Nesse sentido a autora procura destacar os relatos dos viajantes, os diários de viagens e principalmente o conhecimento científico. Alguns autores contemporâneos afirmam que só após 1808 teria iniciado um reconhecimento científico sistemático da colônia luso-brasileira por viajantes franceses, alemães, russos e ingleses, por indivíduos lúcidos, dinâmicos e inovadores, detentores de interesses científicos, comerciais e econômicos notórios em relação aos domínios coloniais europeus.
Portanto, viagens, experiências, observações efetuadas diretamente da realidade criavam junto dos leitores de relatos um sentimento de veracidade e credibilidade, clarificavam dúvidas e desmentiam fabulações. Cabe ressaltar, que a bagagem intelectual do viajante era de extrema importância, pois, levava em consideração a sua formação, preparação /treino, conhecimentos científicos e lingüísticos passando a serem caracterizados como os ‘homens de ciência’.
Nesse sentido a autora parte do princípio de que o conhecimento geográfico, natural, econômico, ‘antropológico’ e a ocupação humana e urbana do território sul-americano, tal como perpassa nas fontes analisadas, contribuiu para a construção do ‘conhecimento científico’ que a elite britânica deteve em relação ao Brasil ao longo dos Setecentos. Entretanto o objetivo da autora é mostrar como esses homens de ciência contribuíram para diminuir os perigos da navegação e tornar melhor conhecidos a ocupação, costumes, artes de produtos de países estrangeiros. A partir dos relatos de viajantes, diários de viagens e escalas, podemos destacar os portos brasileiros, que tiveram fundamental importância no contexto histórico do Brasil, embora houvesse grandes restrições para a