As ligações perigosas
As relações perigosas na tradução: o romance Les liaison dangereuses, de Laclos, e suas traduções brasileiras, texto de Germana Henriques Pereira Sousa, doutora em Teoria Literária, que atua como professora do departamento de Línguas Estrangeira e Tradução, da Universidade de Brasília; criadora e coordenadora do Programa de Pós-graduação em estudos da Tradução- Postrad stradstradstrad, da UnB.- visa o ensino de uma metodologia de análise crítica de obras traduzidas, apresenta também quadros ilustrativos de traduções e a problemática de algumas traduções brasileiras.
O embasamento teórico do texto segue o método de Paulo Rónai (1907-1992) no que concerne a crítica e tradução do romance Les liaisons dangereuses; o primeiro tópico é a obra e sua recepção na França, o segundo, a análise de Rónai e as traduções feitas no Brasil, e terceiro, a tradução e crítica à tradução de alguns autores.
Boa parte do texto é direcionada à descrição de alguns aspectos da obra, pois por se tratar de um texto publicado em 1788, romance epistolar e polifônico muitos são os desafios para o tradutor. A estrutura narrativa é organizada segundo uma tipologia de vozes presentes no texto. Quanto à obra, o Editor e o Redator criam um distanciamento crítico em relação às cartas, e apesar de a voz do Redator está presente no texto em diversos meios como as notas, esclarecimentos, isso e feito sempre de um ponto de vista externo. Distinguir o papel do Redator e do Editor é importante principalmente para que aqueles que não leram o texto entendam o quão complexo é a tradução de um romance epistolar, pois para cada carta há um narrador, e cada carta retrata uma realidade e um ponto de vista singular.
Segundo Genette (1972) o romance trata-se de uma narrativa intercalada. É segundo ele um dos tipos mais complexos da narração por apresentar várias