AS IRMANDADES RELIGIOSAS E O NEGRO NA SOCIEDADE NO INÍCIO DO SÉCULO XX
INÍCIO DO SÉCULO XX
BELISÁRIO DA SILVA, MARIA AMÉLIA (1); SAGIO CÉZAR, LÍLIAN (2).
1. Universidade Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Políticas Sociais da UENF. mabelisario41@yahoo.com.br 2. Doutora em Antropologia USP- Professora Associada ao LEEA/CCH/ UENF isagio@hotmail.com RESUMO
A presente comunicação tem como objetivo descrever e discutir o papel das Irmandades Religiosas no
Município Fluminense de Campos dos Goytacazes no inicio do século XX. Busca-se identificar até que ponto essas Irmandades representavam os apelos e interesses dessa população recém-saída do campo ou constituíam a reafirmação e ponto de segurança das camadas dominantes sobre a numerosa parcela da população que buscava nessas instituições um suporte que viabilizasse alguns direitos, tendo em vista que o Estado que tinha como principal foco atender aos interesses da minoria dominante.
O estudo do tema é relevante tendo em vista a história da cidade, pautada economicamente pela produção canavieira e pela presença de dois pelourinhos que marcam o seu espaço urbano e principalmente a constituição das Irmandades. A luta pela conquista da cidadania também entrará como pano de fundo nesse contexto de reafirmação e posicionamento dessa camada da população. O estudo das Irmandades Religiosas ao longo da nossa história realça o seu papel social, quando ainda não se discutia as questões sociais, mas elas estavam impressas na moldura do universo do negro que se abre após a ruptura das correntes que os aprisionavam, permeando sua reafirmação no espaço social, que no final do século XVIII já havia alguns pretos e mulatos aptos para exercerem esta tarefa.
Aos brancos eram impostos limites como a impossibilidade de votarem e de serem eleitos para servirem na Mesa assim como para exercerem a assistência ou presidência delas, papel exclusivo para os negros.
Palavras-chave: Irmandades Religiosas. População negra.