As Interfaces Da Linguagem Jur Dica
Maria Carmen Guimarães Possato
Resumo: O artigo As interfaces da linguagem jurídica busca o desvelamento técnico e linguístico dessa modalidade linguística em prol cidadania e responsabilidade social, libertandoa do desconfortável banco dos réus. A conjugação das duas focalizações do trabalho – a linguagem jurídica interpretada pelos estudiosos da Língua Portuguesa e a linguagem jurídica, instrumental do profissional do direito – procurou a conciliação entre as distintas experiências, articulando propostas e evolução para pesquisas posteriores, em especial a da prática jurídica voltada para o ensino aprendizagem da linguagem jurídica no curso de Direito.
Sumário:
Introdução 1. As Interfaces da linguagem jurídica 2. A linguagem jurídica no banco dos réus 2.1 Acusação 2.2 Defesa 2.3 Conciliação Considerações Finais
Referências Bibliográficas
INTRODUÇÃO
A linguagem é o lugar da interação humana, interação comunicativa pela produção de efeitos de sentido entre interlocutores, em uma dada situação de comunicação e em um contexto sóciohistórico e ideológico. Os usuários da língua ou interlocutores interagem como sujeitos ocupantes de lugares sociais. “Falam” e “ouvem” desses lugares de acordo com formações imaginárias que a sociedade estabeleceu para tais lugares sociais.
Por esse motivo, o diálogo, em sentido amplo, é o que caracteriza a linguagem.
Uma vez que a palavra permeia todos os nossos atos, em todas as instâncias da realidade social, formase em todo setor do conhecimento humano uma linguagem e, consequentemente, um diálogo particular. À medida que aumenta o grau de especialização de um determinado conhecimento, o vocabulário técnico também se especializa, aumentando a distância entre o diálogo dos iniciados