As interações culturais entre gregos e indianos no período helenístico
O período Helenístico está compreendido entre 323a.C, data da morte de Alexandre o grande¹ e 30a.C, quando se dá a queda do último império helenístico no Egito, conquistado pelos romanos. Sempre mereceu a atenção de diversos estudos na historiografia. Este texto, procurará analisar o processo de helenização ocorrido no oriente, mas precisamente aonde hoje se localiza a Índia, o Paquistão e o Afeganistão.
Com relação ao oriente em geral e a Índia em particular as pesquisas dos orientalistas desde o século XIX, fundamentavam-se na idéia de que qualquer manifestação importante do pensamento oriental derivaria do ocidente e, principalmente da Grécia clássica, isso porque para os europeus a Grécia era a única fonte da cultura, do saber e da razão; a partir deste ponto de vista, vários autores dedicaram-se a mostrar que a relação da Grécia com o oriente foi um processo unilateral, em que, os gregos passavam sua cultura e não recebiam, nenhum tipo de influência, um bom representante deste pensamento é o orientalista Sir Mortimer Wheeler¹. Outra vertente de pensamento, com uma maior carga de visão imperialista, seria aquela que afirma que a Grécia teria exercido uma presença civilizadora.
A partir da década de quarenta do séc. XX, os debates historiográficos se tornaram acirrados, porque além dos helenistas mais radicais, contava-se agora com indianistas que tentavam mostrar que a Grécia é que teria recebido influência cultural da Índia. Com W. Tarn2, ligado à primeira, e Naraim3 à Segunda, dizia justamente o contrário; que os hindus é que exerceram uma forte influência cultural e que os gregos "vieram e viram, mas que o indianos é que conquistaram".(Narain, 1966) O debate foi acirrado de ambos os lados, demostrando, os acadêmicos, vertentes do local de fala de cada um deles, demostrando as características de um escrito de história (CERTEAU, 2000, pp. 66, 67):
"que se articula com um lugar de