“As ilusões do tempo”
"O tempo é reversível, cíclico, podendo ser livremente disposto, seja pelo discurso ou pela imagem, e assim aplacar os grandes fatos, paixões, acontecimentos que pontuam as histórias da comunidade"
(MAFFESOLI, Michel. A Conquista do Presente, trad. Maria C. S. Cavalcante. Rio de Janeiro: Rocco,
1984, p.70)
Estudar a relação do tempo do/no cinema e a questão do tempo nos acontecimentos que “pontuam as histórias da comunidade” é o objeto da presente comunicação. Da pesquisa em andamento este trabalho aborda indagações levantadas no seu transcurso.
O Cinema nos seus primórdios, ainda uma curiosidade/novidade cientifica, foi utilizado como instrumento de pesquisa, como no estudo do galope de um cavalo, com o prolongamento do tempo de filmagem que se consegue com o aumento da velocidade da câmara cinematográfica, o que hoje é conhecido por câmara lenta.
Pela modificação da velocidade da câmara torna-se possível, portanto, alterar e conseqüentemente manipular esse tempo.
A câmara, como se sabe uma máquina, tornou-se possível com o advento da
Revolução Industrial, na esteira do desenvolvimento tecnológico. Aparece, aqui, uma primeira indagação: qual a relação entre a câmara e a máquina que produz mercadorias, que, como assinalou Marx , aparece na historia como instrumento que irá determinar a velocidade da produção? O Cinema que é o resultado de um produto elaborado por uma máquina — a câmara — que tem no movimento e no ritmo suas características básicas, deve, sem dúvida, merecer um estudo profundo por parte da História, pois é um elemento importante no conjunto dos elementos que constituem a sociedade contemporânea.
De que modo aparece o tempo no Cinema e como pode ser estudado no contexto da História?
As teorias do Cinema, que também se preocupam com o tempo, possuem suas próprias classificações; sem pretender rejeitá-las, inicialmente não serão levadas em conta. .Partindo das indagações iniciais será