AS DOUTRINAS SOCIALISTAS
1.0 MATERIALISMO HISTÓRICO
Marx encarava os socialista s de sua época como filantropos honestamente indignados com a exploração desumana que acompanhou o desenvolvimento inicial do capitalismo. Qualificou-os, com certa ironia, de "socialistas utópicos". Julgava ingênua e quixotesca a sua convicção de que transformariam a sociedade apelando para a racionalidade e a sensibilidade moral da classe educada. Os "homens educados" deviam sua posição aos privilégios inerentes ao sistema capitalista. Conseqüentemente, fariam tudo o que estivesse ao seu alcance para perpetua esse sistema. Marx tinha uma fé inabalável no advento do socialismo, se apoiava em uma análise profunda das leis do funcionamento do capitalismo. Acreditava que as próprias contradições e antagonismos internos do sistema capitalista ocasionariam, inevitavelmente a sua destruição.
Marx procurou simplificar as complexas relações de causa e efeito que interligavam as múltiplas facetas dos sistemas sociais. Tal simplificação, julgava ele, lhe permitiria focalizar a sua atenção sobre as relações verdadeiramente fundamentais que determinam a direção geral em que se movem os sistemas sociais.
Embora todas as instituições sociais e tradições intelectuais estivessem relacionadas, Marx afirmava que a base econômica da sociedade ou o modo de produção, exercia a influência mais poderosa sobre o conjunto, determinando as demais instituições sociais, assim como as diversas modalidades de pensamento. O modo de produção compunha-se de dois elementos: (1) as forças produtivas e (2) as relações de produção. O conjunto do sistema econômico, ou modo de produção, foi denominado por Marx base ou infraestrutura. As religiões, a ética, as leis, os costumes e as instituições sociais compunham a superestrutura.
A base econômica determina, de maneira absoluta e rígida, todos os aspectos da superestrutura, como também da direção para a qual tendem as mudanças sociais.
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