As dimensões ético-políticas e teórico-metodológicas no serviço social contemporâneo
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Os primeiros contatos entre o Serviço Social e a tradição marxista ocorreram ao longo do “processo de conceituação”, ou seja, a partir de um movimento de cunho latino-americano, de caráter necessariamente sincrético e multifacetado, que suscitou um intenso debate teórico-metodológico entre os assistentes sociais e consumiu uma década (de 1965 a 1975 – não exatamente). Esse processo manifestou, no seu interior, tendências diversas predominantemente denominadas por Netto (1991) como “modernizadoras” (de orientação funcionalista – CBCISS, 1989), de “reatualização do conservadorismo” (de inspiração fenomenológica – ALMEIDA, 1986) e com “intenção de ruptura” (de tendência marxista-SANTOS, 1983), todas elas comprometidas com a discussão e a formulação de alternativas teórico-práticas em relação ao “Serviço Social tradicional”. Vale registrar que este intenso debate foi particularmente realizado sob ditaduras militares implantadas na América Latina a partir dos anos sessenta do século XX, informação esta em nada desprezível particularmente para os grupos de orientação marxista. Muitos estudantes e profissionais já formados em Serviço Social, a partir da segunda metade dos anos 60 do século XX, estabeleceram seus primeiros contatos com o marxismo através dos movimentos sociais e da resistência à ditadura militar. Mesmo considerando o caráter sincrético destacado anteriormente, os estudos de Netto (1991) mostram que as inúmeras simplificações geradas por leituras equivocadas da profissão, bem como as diferentes orientações teóricas, freqüentemente ecléticas, que também subsidiaram as diferentes concepções formadas antes, durante e depois do “processo de reconceituação”, é preciso reconhecer que o Serviço Social não sobreviveria como profissão sem essa intensa revisão teórico-prática. Como já indicava Netto (1981) em um de seus primeiros balanços críticos sobre a crítica conservadora ao “processo de reconceituação”, As primeiras influências do marxismo no Serviço Social –