Comentário crítico dos textos: “a construção do projeto ético-político do serviço social”, de josé paulo netto e “as dimensões ético-políticas e teórico-metodológicas no serviço social contemporâneo”, de marilda iamamoto
Netto (2006) localiza o debate sobre o projeto ético-político como algo recente, no entanto, sua construção remonta o final dos anos de 1970. Internamente, surge na redefinição da prática profissional, como alternativa para superação do conservadorismo na profissão.
Partindo da definição marxista de teleologia o autor contextualiza as atividades humanas como ações que são dirigidas a uma finalidade, planejadas segundo objetivos e fins a serem alcançados. Dentre os projetos individuais destacam-se os coletivos, ou projetos societários, que são planos dirigidos a sociedade como um todo. Eles são projetos de classe, com vistas ao alcance da hegemonia. Para tanto, necessariamente, eles tem uma dimensão política, que estarão sujeitas às estruturas de poder e de exercício de expressão no jogo democrático.
Dentre os projetos societários, o autor aponta os projetos profissionais, que tem como objetivo forjar a imagem de uma determinada profissão, delimitando suas ações, competências, relações com outros saberes, sua formação teórica e sua metodologia de ação e intervenção. Os projetos profissionais são construídos coletivamente pelos profissionais, instituições formadoras, pesquisadores, professores, estudantes, organismos corporativos, sindicatos etc. No entanto, esse projeto não é homogêneo, mostrando-se assim como um espaço plural, que não deverá ser confundida com um ecletismo, mas sim de respeito às hegemonias legitimamente constituídas (NETTO, 1999 p. 146). Outro fator a ser considerado é a tensão que poderá ocorrer entre os diferentes interesses dos projetos sociais e dos projetos profissionais, que, por vezes, não serão os mesmos, causando divergências.
Outro componente importante no projeto é a formação intelectual. O Serviço Social, desde a década de