As constantes manifestações contra o uso de animais em estudos e experimentos científicos têm gerado um impasse na sociedade que, se um dia chegar a um acordo, obviamente não agradará a todos. É certo que os animais merecem respeito e têm o direito de se reproduzir e prosseguir a espécie. Matar um ser vivo para fazer casacos de pele, vestuários e outras coisas superficiais é um ato que merece ser punido. Mas usar um animal como cobaia para buscar soluções, curar doenças e salvar vidas humanas é outra situação, totalmente diferente. O homem precisa sim se atentar aos animais que estão em risco de extinção e às ações como comércio ilegal de bichos exóticos, maltrato a animais domésticos e jogos que envolvam a exploração das habilidades de uma determinada espécie, como a briga de galo, mas levar essa proteção ao extremo e pensar que a solução para as doenças que acometem os seres humanos diariamente podem ser resolvidas apenas com medidas como saneamento básico é uma utopia. Existem meios de evitar doenças sim, não tendo vícios, maus hábitos alimentares, não se estressando e sendo higiênico, porém, como explicar pessoas que têm essa vida regrada e ainda assim adoecem? Pior que reivindicar a sobrevivência dos animais, é querer restringir a busca científica de curas que irão garantir a sobrevivência do homem. É claro que deve haver uma certa prudência, mas se considerarmos a vida de animais nesse nível de importância, o próximo passo seria proibir alimentação proveniente da carne, e ninguém mais comeria nada além de vegetais. E vegetais também são seres vivos! Sendo assim, é preciso trabalhar com o meio termo. Cuidar de animais é algo necessário, mas reconhecer a importância crucial dos experimentos científicos, que envolvem os estudos com bichos também é. O que se precisa é de um equilíbrio, pois o homem necessita do animal e por isso deve cuidar dele e respeitar seu direito de sobrevivência, mas sem exageros e idealizações,