As dificuldades do novo jornalismo
A crise que atingiu a mídia impressa, proveniente da perda dos anunciantes desta para o meio eletrônico, foi agravada, segundo Cabral, pela opção dos jornais em “desinvestir” ao invés de fazer um investimento em qualidade de conteúdo. Raquel Balarin, diretora de conteúdo digital do jornal Valor Econômico é enfática ao citar um erro de origem na passagem dos jornais do meio impresso para a mídia online. Em seus portais, os jornais impressos disponibilizavam gratuitamente o conteúdo aos leitores, o que tornou desnecessária a compra do jornal físico. Agora, os veículos correm atrás da consequência desses erros: a queda de vendas e perda de anunciantes. Para o jornalista e professor de mídia online Carlos Castilho, o grande desafio em meio a essa transação é as redações conseguirem migrar para a mídia digital e, ao mesmo tempo, continuar com o produto impresso em circulação sem que esse perca a qualidade.
Uma grande preocupação que envolve o jornalismo digital atual é a publicação de erratas no meio online. Christofoletti afirma que os leitores se apegam mais aos erros do que acertos, mas que todos podem errar. Segundo o autor, a pressa em dar a notícia por primeiro, antes dos concorrentes, leva a falta de apuração das informações, o que deixa a notícia mais vulnerável ao erro. Diferente do meio impresso, no qual uma vez publicada a notícia não há mais como modifica-la, nos webjornais existe a possibilidade de correção e atualização da notícia a qualquer momento, muitas vezes sem a percepção do leitor.
Vieira destaca a importância de saber diferenciar atualização e retificação de uma notícia. Na web a notícia pode ser complementada com novas informações, como, por exemplo, em um acidente aéreo a atualização do número de mortos ou possíveis causas da fatalidade, sem que seja necessária a retificação de um erro, quando uma informação publicada foi realmente equivocada, como errar o nome de uma fonte ou local onde ocorreu um