As dificuldades do jovem negro diante do mercado de trabalho.
Os impactos dos estereótipos racistas que são construídos junto às crianças desde muito cedo e tendem a ser mantidas, são sentidos não só na infância, porém também em sua juventude em seu âmbito social. Podemos observar um destes “impactos” quando este jovem se depara com o mercado de trabalho. O trabalho em nossa sociedade tem grande importância na construção da confiança e do papel social do sujeito, a falta dele acarreta danos ao sujeito seja na esfera psicológica ou social.
É sabido que o trabalho é parte fundamental para que o sujeito se sinta pertencente a sociedade e se sinta útil e respeitado, porém no caso do jovem negro temos um agravante. Segundo DIAS, BULGACOV & CAMARGO (2007) trabalhar é visto pelo jovem como dever, obrigação social, o estar desempregado tem uma carga negativa e está associado a sentimentos de inferioridade, inadequação, ser um parasita para a família de segundo. Além dessas dificuldades enfrentadas pelos jovens, o jovem negro em especial, carrega o peso de um país que passou por um longo período de regime escravocrata.
O jovem por si só em geral, seja negro ou branco, enfrenta dificuldades sociais inerentes a esta fase da vida, porém a história do uso da mão de obra escrava por imigrantes europeus tirou a oportunidade de um rearranjo na sociedade que possibilitaria inserção e integração dos negros ex-escravos no mercado de trabalho e isso em longo prazo ainda se reflete na sociedade atual, que não possibilita uma disputa justa entre negros e brancos devido a suas situações econômicas que são díspares. Um dado que prova esta desigualdade é um estudo feito pelo economista Marcelo Paixão (2003), mostra que ao desagregar por cor e raça os três dados que medem o Índice de Desenvolvimento Humano, o IDH (escolaridade, renda per capita e expectativa de vida), tornar-se mais visível a atuação do racismo brasileiro com seu estudo. Em sua tese de doutorado, concluiu que, se a