As Consequencias da Globalização
Globalização: as consequências humanas
Turistas e vagabundos
Zygmunt Bauman1
Hoje em dia todos estamos em movimento
Viajando a trabalho ou por lazer;
Mudando de casa;
Mudando de trabalho (ver Richard Sennet e “A corrosão do caráter”);
Navegando na web;
“Zapeando” na TV.
A sociedade pós-moderna, atual, se caracteriza por proporcionar outra relação dos indivíduos com o espaço e com o tempo. A distância não importa muito. Nem o tempo. Neste sentido, somos mais rápidos que os jatos supersônicos.
Pelo menos espiritualmente somos todos viajantes. A ideia de repouso, da imobilidade, só tem sentido num mundo parado de paredes fixas. Para Ricardo Petrella, a globalização arrasta as economias para a produção do efêmero, do volátil (bens e serviços não devem durar muito) e do precário (empregos temporários, flexíveis e de meio expediente).
Para abrir um caminho na competitividade global, os bens e serviços devem despertar o desejo, devem seduzir os possíveis consumidores, e afastar os competidores. Mas, assim que conseguirem, devem abrir espaço rapidamente para outros objetos de desejo, do contrário a caça global de lucros e mais lucros (leia-se crescimento econômico) irá parar.
Ser consumidor numa sociedade de consumo
Todas as criaturas vivas consomem desde tempos longínquos. Mas o que caracterizaria essa sociedade ao ponto de a chamarmos de “sociedade de consumo”?
Passamos de produtores a consumidores. A vida dos homens estava voltada à produção. Ele lutava para produzir, para não fazer parte do exército industrial de reserva. Mas, hoje ao invés disso, a sociedade tenta engajar seus membros na condição de consumidores.
Até as questões mudaram. Se questionava se o indivíduo vivia pra trabalhar ou trabalhava pra viver. Atualmente, se questiona se ele vive pra consumir ou consome pra viver.
O que se consome? Aquilo que é fulgás, efêmero, passageiro. Se consome não tanto a mercadoria, o bem ou o serviço, se consome a