As condições histórico sóciais da emergência do serviço social
De acordo com Netto, o Serviço Social tem seu surgimento marcado pela consolidação do sistema capitalista no momento de sua manifestação como monopólios, momento este marcado com maior ênfase pela “questão social”, entendida aqui como:
[...] as expressões do processo de formação e desenvolvimento da classe operária e de seu ingresso no cenário político da sociedade, exigindo seu reconhecimento como classe por parte do empresariado e do Estado. (IAMAMOTO, 1983, p. 77).
A “questão social” sempre existiu desde que houve conflitos entre as classes, porém, se apresentava de diferentes formas nos diferentes estágios pelos quais passou o sistema capitalista, com varias formas de enfrentamento da mesma pela sociedade e posteriormente pelo Estado, contudo sua gênese marcada pela contradição de classes manteve-se a mesma no decorrer da história.
A “questão social”, objeto do Serviço Social tem uma relação com o Serviço Social desde sua gênese como profissão, ela sustenta sua base de intervenção. Todavia, não se coloca de imediato nesta relação, pois “as conexões genéticas do Serviço Social profissional não se entretecem com a “questão social”, mas com suas peculiaridades no âmbito da sociedade burguesa fundada na organização monopólica”. (NETTO, 2000:18).
Essa forma de conceber o Serviço Social é entender que o mesmo se constituiu a partir de um momento histórico determinado, assim, a profissão é determinada sócio historicamente, a mesma se constrói sustentada pela contradição, seu significado social se dá, segundo Iamamoto (1992), na vinculação concreta que esta profissão vai ter na sociedade capitalista, ou seja, na contradição entre quem paga e quem demanda seus serviços.
É importante destacar que a profissão não se dá de forma aleatória. O que ocorre é um reordenamento interno do capitalismo evidenciando um espaço concreto para institucionalização da profissão. Desta forma, entende-se que esse