As Cidades Medievais
César Alexandre dos Santos*
O presente trabalho visa compreender qual foi o papel econômico desempenhado pelas “Corporações de Ofícios” nas cidades medievais, sobretudo no período conhecido como “Idade Média Central”, ou seja, do século XI ao XIII. O recorte temporal proposto para análise deve-se ao fato de se tratar do período de maior pujança na organização dessas associações corporativas. Discutirá as características organizativas que essas associações assumiram, procurando determinar a forma como a produção do artesanato estava organizada e como se davam as relações de trabalho desta época.
O ambiente em que se desenvolveram com maior facilidade foi o espaço urbano, por isso, é necessário entender como essas corporações de artesãos interagiram com
a sociedade medieval predominante e, ao mesmo tempo, se
relacionaram com os novos conceitos burgueses que eram gestados lentamente, sobretudo no interior das grandes cidades comerciais. Será
necessário fazer um
retrospecto das origens dessas associações, desde o seu surgimento, desenvolvimento e enfraquecimento, ocorrido no final da Idade Média, no século XV.
A cidade foi necessariamente o local privilegiado para o surgimento e desenvolvimento das Corporações de Ofício porque foi neste espaço que o comércio se consolidou primeiramente, criando as condições básicas para a existência dessas associações. Por isso, torna-se fundamental a análise do ambiente urbano, para determinar como estava organizado e quais os valores sociais e econômicos que vigoravam na sociedade. Porém, para execução de tal análise não é possível se reportar a todas as cidades medievais, dado a especificidade de
*
Mestre em Ciências Sociais pela UEL e professor do Colegiado de História da UNESPAR – Paranavaí - Pr
características que cada uma delas apresentava, não sendo possível determinar um modelo explicativo que dê conta de exemplificar todas elas.
Evitando entrar nas questões