As Capacidades Da Lideran A Na Perspectiva Do Di Logo
As reflexões das pessoas, ao enfocarem diferença, diálogo e estratégias pedagógicas em uma educação multicultural, confirmam o fato de que, dependendo do ponto de vista adotado e das preocupações priorizadas, propõem-se certas questões (e não outras) e sugerem-se certas respostas (e não outras). Existe a atenção para a presença, na produção pedagógica brasileira, de duas grandes linhas de abordagem do multiculturalismo: uma para lutas específicas e se apoia nos movimentos sociais e outra para o desenvolvimento de propostas e práticas curriculares multiculturalmente orientadas na escola.
A influência de duas perspectivas teóricas básicas: uma mais associada aos autores e aos pressupostos da teorização crítica e outra mais devedora da teoria cultural contemporânea, particularmente da vertente que inclui estudos pós-coloniais, pós-modernos e pós-estruturais. A incorporação desses novos estudos parece ser recente e carecer ainda de maior consolidação.
Por fim, será possível afirmar que, particularmente no que se refere à diferença e ao diálogo, novas teorizações podem ser úteis. Não para fechar as questões ou propor respostas certas e definitivas, mas para favorecer novas perguntas, novas práticas, novas leituras, novas relações, novas semelhanças e novas diferenças. Cabe esperar que essas teorizações incentivem a busca de novas rotas na construção de novos currículos multiculturalmente orientados. Cabe esperar que venham a "introduzir a cunha da diferença em um mundo que sem ela se limitaria a reproduzir o mesmo e o idêntico, um mundo parado, um mundo morto" (Silva, 2000, p. 101).
Argumento, por fim, em favor do recurso ao que se vem pesquisando e produzindo em outros campos do conhecimento. Penso que enriqueceremos nossas teorizações e nossas práticas. Não chegaremos a respostas definitivas, mas talvez consigamos desestabilizar e renovar o modo como temos reagido aos desafios que nos têm perseguido.
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