As Bases do Desenvolvimento Capitalista Dependente
“Reconstituição histórica do processo de desenvolvimento recente do capitalismo no Brasil não pode prescindir da ênfase no papel da intervenção econômica do Estado, sua especificidade e sua marca.” ( P. 327 )
“Sem dúvida alguma a industrialização brasileira teve o seu “arranco” partir das transformações ocorridas os longo das décadas de 1930.Estabeleceram-se então os contornos iniciais da implantação de um núcleo de indústrias de base, assim como a definição de um novo papel do Estado em matéria econômica” ( P. 327 )
“ a partir de reflexões mais abrangentes, priorizam justamente o contrário, i. e., a eficácia dos mecanismos anticrise executados pelo Estado, ressaltando seu papel dinamizador – direta ou indiretamente – da industrialização brasileira. Segundo a qual a própria política de defesa do café empreendida no pós-30, ao ser financiada por crédito interno – e não por empréstimos internacionais – teria respondido pela manutenção do nível de emprego e pelo equilíbrio das contas externas, favorecendo o surto industrial do período”. ( p. 327 – 328 )
“ o que passa a interessar é o caráter do conjunto, assim como seu beneficiário último: a burguesia industrial. O fato de ele estar ainda compromissado com setores tradicionais da economia não o define como indubitavelmente antiindustrialista, posto que ultrapassou, largamente, os limites da mera defesa de interesse dos velhos grupos dominantes. Ainda que os núcleos decisórios do Estado coubessem a frações oligárquicas, isso não significava que elas fossem desprovidas de qualquer caráter burguês. De igual modo, seria difícil supor um projeto industrializante à revelia do empresário industrial que, mesmo sem deter a hegemonia do processo, foi ator estratégico nas alianças políticas do novo regime.
Inegavelmente a visão da industria como alternativa para o desenvolvimento ganhou corpo ao longo dos anos 1930-40. ( P. 328 )
“ Entre 1930 e 1945 o Estado