As bacantes electra
Diz também que jamais possuíra a própria esposa, pois isto significaria violentar a filha de gente muito iluste. Entra em cena Electra. Electra que, grata ao marido por não a ter ofendido em sua miséria, reparte com ele os afazeres domésticos. Sai para buscar água na fonte límpida.
Orestes e Pílades, chegados do exílio observam uma mulher com uma bilha de água na cabeça, e julgam-na uma escrava. Orestes confidencia ao seu maior amigo, o único que não o abandonara na miséria, que confiando na palavra de uma divindade, retornara disposto a dar morte aos assassinos do pai, mas que evitaria colocar os pés na cidade enquanto não revisse sua irmã, que soubera obrigada a casar-se.
As lamentações de Electra dirigem-se ao coro de mulheres argivas que a acompanha e que lhe comunicavam que os argivos fariam um holocausto de três dias e que as virgens estavam sendo convocadas a ir até o Templo de Hera: “As lágrimas substituem as danças festivas…vede o estado dos meus cabelos e de minhas vestes. Condizem com a situação de princesa ou se assemelham a uma escrava troiana que meu pai tenha trazido da guerra?...Nenhuma divindade ouve os clamores de uma mísera criatura…Ai de mim- meu pai está morto, meu irmão vaga por terras estranhas e quanto a mim, vivo em uma choupana, sofrendo o desgosto de me ver exilada da casa paterna, enquanto minha mãe se uniu criminosamente a outro, num lar maculado pelo crime!”
Orestes, que a ouvia, reconhece-a como sua irmã, mas