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Essa reestruturação do capital, a partir da década de 1980, foi caracterizada por uma maior flexibilidade na gestão; na o declínio concomitante do movimento sindical; uma individualização e diversificação crescente nas relações de trabalho; a incorporação maciça da mulher no trabalho remunerado em condições discriminatórias; a intervenção do Estado para desregular os mercados de forma seletiva e desmantelar o estado de bem-estar com intensidades e orientações diferentes segundo a natureza das forças políticas e das instituições de cada sociedade; a intensificação da concorrência econômica global num contexto de crescente diferenciação geográfica e cultural dos cenários para a acumulação e gestão do capital.
Nessa mesma linha de pensamento temos Amartya Sen (2001), que diz que a globalização não é nova e nem necessariamente ocidental, nem tampouco é uma maldição, posto que durante milhões de anos tenha contribuído para o progresso do mundo através das viagens, do comércio, de imigração, das muitas influências culturais e da disseminação do conhecimento e saber incluindo a ciência e a tecnologia.
Convém ressaltar, também, a metáfora da fábrica global para descrever a globalização, segundo Octavio Ianni (2002,p.19):
“A fábrica global instala-se além de toda e qualquer fronteira, articulando capital, tecnologia, força de trabalho, divisão do trabalho social e outras forças produtivas. Acompanhada pela publicidade, a mídia impressa e eletrônica, a indústria cultural, misturadas em jornais, revistas, livros, programas de rádio, emissões de televisão, videoclipes, fax, redes de computadores e outros meios de