Artigo

Diálogo com a Historiografia/ Problematização
A presente pesquisa vai tratar sobre as representações do cangaço e principalmente sobre a figura de Lampião na literatura de cordel, visando compreender a historicidade da produção desses cordéis no nordeste brasileiro entre as décadas de 1990 aos dias atuais. Para confeccionar essa pesquisa foi necessária a leitura e análise de textos historiográficos, tanto sobre a literatura de cordel como sobre o cangaço, o que é muito importante para dar base e corpo a minha pesquisa, mas minha maior preocupação será principalmente analisar os cordéis sobre Lampião e o cangaço produzidos pelos cordelistas nordestinos, para que com isso seja possível ter uma melhor compreensão sobre o pensamento e imaginário desses cordelistas em relação à figura de Lampião e ao cangaço de uma forma mais geral.
Como vou construir minha pesquisa a partir da Literatura de Cordel, é muito importante analisar e conhecer um pouco melhor sobre o conceito, a estrutura, e o que realmente é o Cordel.
A palavra Cordel, conforme o Dicionário Aurélio é definida como “corda muito delgada, cordão, guita, barbante”. Em relação à origem da Literatura de Cordel na obra de Franciane da Rocha Farias e de Rosineide Cordeiro dos Santos vai dizer o seguinte:
A literatura de cordel tem sua origem na idade média, na Europa, quando nas praças os trovadores divulgavam velhas histórias, especialmente os romances de cavalaria (...). Narrativas de amor, guerra, heroísmo, viagens e conquistas marítimas, além dos fatos mais recentes do dia-a-dia (...). O nome “Cordel” originou-se devido ao fato dos folhetos ficarem pendurados em cordões nos locais de venda. Veio de Portugal e aqui chegou junto com os colonos, encontrou um solo fértil, sendo até hoje uma tradição forte e viva, principalmente no nordeste do país.

Baseando-se nesse trecho do artigo de Franciane da Rocha Farias e de Rosineide Cordeiro dos Santos, a Literatura de Cordel teve sua origem na Europa, durante a