Artigo
A grande marca da construção do conceito de infância na história situa-se na sua relação com nosso tempo e no olhar dos autores sobre os contornos de uma infância atravessada por sintomas sociais. Crianças que são “atropeladas” em seu brincar por ideais sociais como o consumismo exacerbado, a fragmentação e fugacidade das relações e a sexualidade banalizada; crianças que precisam dar conta, com seu sintoma, da fragilidade com a qual os adultos têm exercido suas funções parentais.
O suíço Jean Piaget destacou-se entre os educadores que preconizaram o respeito à liberdade e à individualidade da criança, defendendo um sistema educativo menos diretivo, menos autoritário e uniforme. Piaget procurou demonstrar que a educação devia ajustar-se às leis e etapas do desenvolvimento psicológico da criança.
Para entender o lugar social que a criança ocupa na sociedade não se pode fazer uma análise de forma isolada. Isso porque cada época irá proferir um discurso que revela seus ideais e expectativas em relação às crianças, tendo esses discursos conseqüências constitutivas sobre um sujeito que está em formação. A intenção, então, é revelar as transformações e orientações dos modos de "ser" da infância ao longo dos tempos, para, a partir do conceito histórico, analisar, através dos instrumentos teóricos e estatísticos, a experiência da criança em seus contatos iniciais ou não com sua sexualidade no mundo contemporâneo que a influencia.
O pesquisador francês Philippe Ariès, em sua obra “A história social da criança e da família”, publicada em 1960, vai apontar que o conceito ou a idéia que se tem da infância foi sendo historicamente construído e que a criança, por muito tempo, não foi vista como um ser em desenvolvimento, com características e necessidades próprias, e sim como um adulto em miniatura.
Nesse sentido, a história