ARTIGO
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Esclerose Múltipla
Enedina Maria Lobato de Oliveira*
Nilton Amorim de Souza**
RESUMO
Esclerose múltipla é uma doença crônica que afeta o sistema nervoso, causando destruição da mielina, proteína fundamental na transmissão do impulso nervoso. Embora as características clínicas sejam bem conhecidas, os aspectos etiológicos continuam alvo de exaustivos estudos. Com o aprofundamento dos conhecimentos imunopatológicos, têm-se ampliado as perspectivas terapêuticas.
UNITERMOS
Esclerose múltipla, desmielinização.
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Pós-graduanda da Disciplina de Neurologia da Escola Paulista de Medicina – UNIFESP.
Pós-graduando da Disciplina de Neurologia da Escola Paulista de Medicina – UNIFESP.
INTRODUÇÃO E HISTÓRICO
Esclerose múltipla, conhecida na literatura de língua francesa como esclerose em placas, é uma doença que afeta o sistema nervoso, causando destruição da mielina (desmielinização), proteína fundamental na transmissão do impulso nervoso1.
Embora as características clínicas sejam bem conhecidas, os aspectos etiológicos constituem o alvo principal de exaustivos estudos. Os fatores imunológicos e genéticos, a influência ambiental, enfim, fatores que direta ou indiretamente podem contribuir para a determinação da evolução clínica também têm sido objeto de pesquisas e estudos multicêntricos em diversos países. A esclerose múltipla é considerada uma enfermidade inflamatória, provavelmente auto-imune 1. A suscetibilidade genética e a influência ambiental talvez sejam responsáveis pelo aparecimento dos primeiros surtos.
No entanto, há ainda muitas perguntas sem respostas, especialmente quanto aos mecanismos básicos da doença.
Medaer menciona que, já no século XIV, uma freira alemã, Lidwina van
Schiedam, cuja doença começou aos 16 anos, seria o caso mais antigo descrito. Poser conta a lenda de uma jovem na Islândia que, ao perder subitamente a visão e a capacidade de falar, fez uma promessa e, sob a intercessão de Santo Thorlakr, recuperou-se gradativamente em 15