Artigo
Trago em particular um filme conhecido e aclamado mundialmente, como uma singela homenagem ao diretor, que no dia 10 de outubro completa 27 anos de falecido. Estou falando de Orson Welles, menino prodígio, que começou a carreira no teatro onde deixou legados como a peça Macbeth, e só foi reconhecido nacionalmente no rádio, com sua famosa narração da clássica obra de H.G Wells, A Guerra dos Mundos. Ao convencer os ouvintes de que estava acontecendo uma invasão alienígena, o executivo George Schaefer, chefe da RKO Studios, na época um dos cinco maiores de Hollywood, convidou-o para migrar dos palcos para cinema.
Após algumas tentativas por parte de Schaefer e várias recusas, foi feito o mais famoso e inimaginável acordo da história do cinema da época, o Poder Supremo. Welles teria direito a escrever, dirigir, escolher seus atores, trilha sonora e editar como quisesse. O contratado incluída duas películas sujeitas apenas a aprovação final da RKO, recebendo pelas produções entre 20 e 25% de toda a renda.
Por estas reviravoltas Welles ficou mal visto em Hollywood, afinal como um garoto de 24 anos, que nunca havia segurado uma câmera profissional, poderia ter tantos direitos? Chegou a ser ofensivo. Para ser mais clara, até nos dias de hoje não há essa “liberdade criacionista”. O incrível é que Cidadão Kane se tornou lendário. Como explicar? Destino? Loucura do estúdio? Sorte de principiante?
Cidadão Kane, a estreia de Orson Welles na direção, sempre foi considerado “o melhor filme de todos os tempos”, o que torna difícil analisá-lo com clareza. Mitos se formam ao redor: que Welles foi pioneiro em uma série de técnicas cinematográficas inovadoras; que o filme foi desprezado na época do lançamento por ser pretensioso demais; que é supostamente baseado na vida e decadência do magnata do jornalismo William Randolph Hearst Então vamos entender.
Para quem gosta e já está familiarizado com o estilo de filmes antigos, sejam