Artigo
EDUARDO MEDITSCH
Prefácio (Nilson Lage):
Comunicação não é ciência. Fatla-lhe um sistema de denominações peculiar e coerente, lógica interna assentada pelos próprios axiomas.
Comunicação é como nádegas ou coração: todas as criaturas humanas têm, algumas mais ou menos desenvolvidas. São apenas partes que não são capazes de dizer tudo sobre o todo, sobre a natureza humana (no caso) = tudo sobre a comunicação.
O jornalismo lembra a todos como a vida realmente é, não como empreendedores e outras pessoas com interesses gostariam que fosse. Ele lida com os fatos emergentes da sociedade, e atende uma vasta gama de áreas.
O jornalismo tem uma eterna tensão com o poder. Os jornalistas são pessoas livre-pensantes, que veem o mundo de maneira peculiar e abrupta, a par de estatísticas, teorias e etc.
Associação Nacional dos Jornais pedia o fim dos cursos/diplomas de jornalismo, pois tentar colocar o jornalismo dentro de uma 'caixinha acadêmica' era atuar contra a economia de mercado, logo, a liberdade. Na realidade, a Associação diz que todas as escolas (não só de jornalismo) têm essa função. Lage, porém, discorda, afirmando que trata-se de uma proposição falsa sobre falso objeto.
A formação acadêmica devolveu dignidade à profissão de jornalista, que passou a ser um profissional e não apenas um simples editor das bobagens dos filhotes da burguesia. (jornalistas = Machado de Assis, Líbero Badaró, José do Patrocínio)
Não trata-se de fechar escolas, mas de abri-las e adaptá-las à realidade. Um advogado ou médico que queira ser jornalista vai deixar de ser advogado ou médico, pois ele não pode se referir a um juiz sem ter um título, por exemplo, se continuar em sua condição de advogado.
INTRODUÇÃO – O MODO DE CONHECIMENTO QUE SE DESCONHECE
O jornalismo tem evoluído muito na forma, mas acaba relegando o conteúdo para segundo plano. Os principais motivos dessa tendência incluem os interesses políticos e comerciais da mídia, que acabam