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Rosimeri Aquino da Silva
Professora FACED/UFRGS rosimeri_silva@ig.com.br Vamos iniciar com alguns questionamentos: como os alunos identificam a discriminação racial? Há, entre alunos, uma reflexão “conceitual” sobre práticas racistas na sociedade brasileira? Qual é o entendimento sobre o tema? Há, entre eles, conhecimento histórico sobre o racismo no Brasil? E no restante do mundo? Eles têm lembranças de situações vivenciadas pessoalmente nas quais se desencadearam situações de discriminações fundamentadas na raça/etnia? Já ouviram, leram a respeito desse fenômeno social?
Com vistas a obter algumas respostas para os questionamentos iniciados, este trabalho versa sobre memórias de experiências pedagógicas nas quais a temática do racismo constituiu-se em mote de discussões, reflexões, leituras e debates em sala de aula. A partir desse tema gerador, propiciado especialmente na disciplina de Sociologia, procura-se analisar como jovens estudantes de diferentes graduações vivenciam e compreendem práticas racistas na sociedade brasileira contemporânea.
Tendo como base alguns argumentos de estudiosos dessa temáticapara as dinâmicas pedagógicas propostas em aula, discute-se aqui sobre a história, a cultura e os processos subjetivos que fixam lugares de raça, naturalizam discriminações e permitem contextos nos quais os insultos direcionados aos grupos sociais tidos como menos importantesse tornem banalizados. Finalmente, procura-se argumentar a respeito do campo educacional como um lugar de fundamental importância para a constituição de representações do racismo, sejam aquelas que buscam sedimentá-las, sejam aquelas que buscam construir espaços de mudança e resistência.
Por cotidiano escolar entendemos os tempos e as diversas situações sociais ocorridas em instituições escolares, sejam elas destinadas à educação fundamental, sejam elas escolas de formação superiores. A sociabilidade e os próprios