artigo
Capítulo VII
Medicina, Ribeirão Preto,
34: 282-291, jul./dez. 2001
COAGULAÇÃO INTRAVASCULAR DISSEMINADA
DISSEMINATED INTRAVASCULAR COAGULATION
Maria Carolina Tostes Pintão1 & Rendrik F. Franco2
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Pós-Graduanda (Hematologia) do Departamento de Clínica Médica da FMRP-USP.
Professor Livre-Docente de Hematologia e Hemoterapia. Coordenador do Serviço de Investigação em Hemofilia e Trombofilia,
Fundação Hemocentro de Ribeirão Preto, Coordenador do Laboratório de Hemostasia, Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo.
CORRESPONDÊNCIA: Dra. Maria Carolina Tostes Pintão - Laboratório de Hemostasia - Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de
Ribeirão Preto - Universidade de São Paulo. Tel. 16 602 2223 - Fax: 16 633 1144 - E-mail: cpintao@hotmail.com
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PINTÃO MCT & FRANCO RF. Coagulação intravascular disseminada. Medicina, Ribeirão Preto,
34: 282-291, jul./dez. 2001.
RESUMO: No presente artigo, revisamos diversos aspectos da etiologia, fisiopatologia, diagnóstico e tratamento da coagulação intravascular disseminada (CIVD).
UNITERMOS: Coagulação Intravascular Disseminada. Coagulação. Inflamação.
1. INTRODUÇÃO
A coagulação intravascular disseminada (CIVD) é, atualmente, definida como uma síndrome adquirida, caracterizada pela ativação difusa da coagulação intravascular, levando à formação e deposição de fibrina na microvasculatura(1). O sistema fibrinolítico está, em geral, amplamente inativado durante a fase de maior ativação da coagulação, o que contribui para a deposição de fibrina. Porém, em algumas situações (por exemplo, na leucemia promielocítica aguda) a fibrinólise pode estar acelerada, contribuindo, assim, para quadros de sangramento grave. A deposição de fibrina pode levar à oclusão dos vasos e conseqüente comprometimento da irrigação sangüínea de diversos órgãos, o que, em conjunto com alterações metabólicas e hemodinâmicas,