ARTIGO
IMPRESSO AO ELETRÔNICO
Jeorgina Gentil Rodrigues, CRB-7/3603*
RESUMO: Aborda a trajetória do livro impresso ao livro eletrônico em suas diversas mutações. 1 INTRODUÇÃO
O homem – através dos séculos – escreveu à mão. O invento de
Gutenberg 1 utiliza ao máximo a enorme vantagem que a humanidade obteve , ao passar de uma escrita simbólica a uma escrita fonética.
Com a escrita simbólica, eram necessários os ‘magos’ conhecedores do segredo; com a grafia fonética, a aprendizagem dos sinais converteu-se em algo infinitamente mais simples.
A descoberta da escrita marca a passagem do homem para um estágio cultural mais evoluído e o início da História. Desse modo, após três mil anos de escrita, e quinhentos anos depois da imprensa,
surge a
“revolução” do texto eletrônico. A representação eletrônica do livro modifica totalmente a sua condição: o usuário pode submeter os textos a múltiplas operações: copiá-los, desmembrá-los, recompô-los, deslocá-los etc., mais do que isso, pode tornar seu co-autor2.
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Mestre em Ciência da Informação. Bibliotecária, responsável pela Seção de Obras Raras A. Overmeer da
Biblioteca de Manguinhos, CICT/FIOCRUZ. E-mail jeorgina@dcc001.fiocruz.br ou jeorgina@osite.com.br
1
O enigma da identidade do 'inventor' da impressão com tipos móveis na Europa e impressor dos primeiros impressos alemães tem perseguido historiadores e cientistas de todo o mundo, há 500 anos. É difícil existir outro tema sobre o qual não se tenham emitidos tantas opiniões controvertidas em tão extensa literatura.
Desde que começou a investigação, com o aparecimento dos primeiros impressos, com tipos móveis, a invenção tem sido reivindicada periodicamente por cidadãos de praticamente todos os países europeus. A atribuição a Johann Gutenberg é a mais popular e amplamente reconhecida (KATZENSTEIN, 1986, p.351).
2
CHARTIER, 1994
2 ANTECEDENTES
O Livro 3 - repositório da experiência