Artigo sobre suicídio na adolescência.
Risco é um conceito da Epidemiologia Moderna e refere-se à probabilidade da ocorrência de algum evento indesejável (Silveira, Silvares e Marton, 2003; Augusto, Freitas e Torres, 2002). Fatores de risco são elementos com grande probabilidade de desencadear ou associar-se ao desencadeamento de um evento indesejado, não sendo necessariamente fator causal. Segundo Silveira, Silvares e Marton, (2003), fatores de proteção são recursos pessoais ou sociais que atenuam ou neutralizam o impacto do risco. Estes autores acrescentam que apercepção dos riscos volta-se à perspectiva do controle preventivo dos riscos, buscando, por meio da educação, influir nos comportamentos deletérios para a saúde do corpo e do meio ambiente.
O suicídio é considerado risco por representar a segunda causa de internações na população de 10 a 19 anos do sexo feminino na rede SUS (Freitas e Botega, 2002). O suicídio ou parassuicídio é definido como qualquer ação mediante a qual o indivíduo se auto-lesiona, independentemente da morte, do método empregado e do conhecimento real de sua intenção (Galban, Rodrigues, Cruz, Arencibia e Álvarez, 2002).
As estatísticas, segundo Cassorla (1987), são falhas e subestimadas. Um dos motivos que o autor considera relevante para isso, deve-se ao fato de que os atos autodestrutivos são negados ou até escondidos pela família do adolescente devido a sentimentos de culpa e/ou vergonha pelo ato. As estatísticas relativas às tentativas de suicídio, segundo o autor, são mais falhas ainda, observando-se um aumento considerável nas últimas décadas e, principalmente, nas idades mais jovens.
Sabe-se, que o suicídio exitoso predomina em homens, geralmente idosos ou de meia idade, enquanto que as tentativas de suicídio são mais comuns em mulheres