Artigo sobre Afetividade na Alfabetização
A AFETIVIDADE E A MEDIAÇÃO PEDAGÓGICA NO PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO
Este artigo apresenta algumas considerações teóricas sobre a psicologia do desenvolvimento e promove uma reflexão sobre a afetividade na prática pedagógica, em especial na alfabetização e, para tanto, lança mão dos resultados encontrados pelo autor em sua dissertação de mestrado intitulada “O processo de constituição do aluno como produtor de textos: o papel da mediação pedagógica”, defendida em 2013 na Faculdade de Educação da Unicamp. A concepção teórica que embasa este artigo leva em consideração a questão do ambiente e da cultura no processo de aprendizagem. O conhecimento ocorre quando o sujeito é colocado em contato com o objeto, isto é, o homem aprende à medida em que entra em contato direto com os conteúdos, sendo que o sujeito tem um papel interativo nesse processo – o aluno, ao tomar contato com os objetos, elabora hipóteses e ideias sobre os mesmos, não apenas recebendo passivamente as informações. No entanto, esse processo depende sempre de um agente de mediação, o que significa admitir que o papel do mediador é fundamental: as ações dos agentes mediadores são os principais determinantes do tipo de relação que irá se estabelecer entre sujeito e objeto. Para Leite (2010), a mediação pedagógica é o “conjunto de decisões concretamente assumidas e desenvolvidas pelos educadores no ambiente escolar.” (p.48). Este autor postula que a qualidade da relação que se estabelece entre sujeito e objeto é também de natureza afetiva e depende da qualidade da história de mediações vivenciadas pelo sujeito em relação ao objeto em seu ambiente cultural durante a sua história de vida. As repercussões afetivas podem proporcionar tanto a aproximação, quanto o afastamento do sujeito com o objeto de aprendizagem. (LEITE, 2010). Nas últimas três décadas tem crescido o