Artigo Simulador Tecnologia E Defesa
Título: Viabilizando o fundamental
Olho: Alta tecnologia auxilia a equacionar os elevados custos de formação e manutenção do preparo de tripulações de helicópteros
Autor: Alex Mena Barreto
Com o desenvolvimento e a confiabilidade da engenharia aeronáutica, notadamente nas últimas décadas, bem como a crescente complexidade dos sistemas, a questão dos fatores contribuintes em acidentes aeronáuticos voltou-se novamente para o ser humano, principalmente no quesito julgamento.
Analisando os dados do relátorio produzido pela US JHSAT (Joint Helicopter Safety Analysis
Team)(1), onde, após a análise de 523 acidentes envolvendo essas aeronaves, pode-se observar que 84% dessas ocorrências envolve a questão de deficiente julgamento por parte da tripulação. No Brasil, segundo o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes
Aeronáuticos (CENIPA), mais de 50% dos acidentes na aviação civil tem como fator contribuinte o julgamento equivocado da tripulação. (FCA 58-1 Panorama Estatístico da
Aviação Civil Brasileira-2012)(2).
Naturalmente, uma das principais ações recomendadas para mitigar esse risco envolve a revisão e o aperfeiçoamento do treinamento das tripulações. Contudo, um novo problema surge quando se analisa a situação sob a ótica do crescente custo e sofisticação das aeronaves, bem como o risco envolvido na instrução e treinamento prático. Apenas para se ter uma ideia, o mesmo relatório da US JHSAT aponta para a atividade de instrução e treinamento como a responsável por 22,8% dos acidentes.
Dados apresentados pela ALEA (Airborne Law Enforcement Association), durante recente seminário em San Diego, Califórnia (3), envolvendo a aviação policial norte-americana no período de 2008 à 2012, dão conta que dos 45 acidentes ocorridos no período, 14 foram em atividades de treinamento. Apesar de tais acidentes não envolverem vítimas fatais, este cenário torna o retorno sobre o investimento em treinamento nos moldes atuais completamente inviável.
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