Artigo pedologia

USO E OCUPAÇÃO DO SOLO NA REGIÃO OCEÂNICA: AS ENCOSTAS ARTIGO 11 Pelo Geólogo Josué Barroso 1-CONSIDERAÇÕES GERAIS Nos artigos anteriores desta série – CONHECENDO A REGIÃO OCEÂNICA – procurouse a apresentação de uma síntese dos elementos geológicos que constituem o meio físico abiótico da Região Oceânica: gênese, materiais componentes e processos evolutivos de superfície. De agora em diante, visa-se mostrar como as intervenções do homem podem alterar esses processos evolutivos naturais. Relembrando o primeiro artigo desta série, faz-se menção ao princípio que deve nortear a presença do homem na Terra: “Observar e integrarmo-nos é preciso, intervindo o mínimo possível”. Tem-se a convicção que esta postura é de primordial importância para um ambiente de qualidade e, nesse sentido, é com angústia que não se vê chegar a hora em que a sociedade vislumbre a força de sua participação, pressionando os administradores e planejadores urbanos. As inadequações da ocupação urbana não se restringem às encostas. Em artigos que se sucedem isto será mostrado. Na propaganda do “desenvolvimento urbano”, não se titubeia em alterar profundamente os terrenos. No contexto cultural vigente, as administrações públicas são avaliadas positivamente pelas obras de grande porte realizadas, mesmo que à custa de eliminação dos “obstáculos naturais”. Grandes avenidas, túneis, viadutos e aterros são objetivos de realização e constituem, via de regra, soluções efêmeras dos problemas que lhes serviram de pretexto, muitas vezes exigindo novas intervenções corretivas ou de complementação. No que respeita às encostas, é importante observar que, no Brasil, a ocupação danosa é mais flagrante, por suas conseqüências fatais e pela forte contribuição às inundações. Como a previsão das ocorrências é mais complexa e exige dedicação investigativa, a inoperância costuma atribuí-las ao imponderável e ao imprevisível. Diz-se: são “catástrofes” naturais, num cômodo alinhamento com os terremotos, vulcões, furacões e