artigo jorge
Um sonho de muitos, agora liderado pelos dissidentes do Partido Liberal e agora partidários do republicanismo, Quintino Bocaiúva e Joaquim Saldanha Marinho, a derrubada da monarquia e a instalação da republica começa a tomar forma 29 anos antes de sua consolidação através de uma ferrenha disputa onde o retrocesso conservador causa a suspensão do programa de reformas sociais e políticas proposto pelos radicais durante a década de 1860. Essa mudança de ideologia de homens intelectualmente influentes na sociedade da época representou um retrocesso e até mesmo uma estagnação na luta reformista tanto no âmbito social quanto no político. A imprensa, livros e panfletos eram propagandas utilizadas pelos dois lados alem das conferências públicas, com bem menos peso para a tribuna parlamentar já que deputados republicanos não se elegeram a deputados gerais, incluindo dois futuros presidentes da republica, tendo assim uma atuação notável.
A autora Hebe Mattos (2009, p. 354) buscar demonstrar que não só o conceito moderno de raça é uma construção do século XIX, mas a racialização da justificativa da escravidão americana também, tornando a contrapartida possivelmente da concepção universal de direitos do cidadão em sociedades sem condições políticas de realizá-las permitindo o estabelecimento de restrições aos direitos civis de alguns grupos inferiores assim como a legitimação da escravidão associada a um progressivo fechamento das possibilidades de alforria. Assim sendo, a moderna noção de raça é uma construção social, estreitamente ligada, no continente americano às contradições entre os direitos civis e políticos inerentes à cidadania, estabelecida pelos novos estados liberais, e o longo processo de abolição do cativeiro.
Continuando seu raciocínio, segue a autora dizendo que apesar de todo preconceito com base na cor e na “qualidade” dos homens livres das elites sociais e políticas do novo país do ponto de vista dos interesses