ARTIGO GRAXARIA
As graxarias são empresas que coletam e processam penas, ossos, gorduras, sangue, subprodutos de açougues, de peixarias, de salsicharias, subprodutos de matadouros de bovinos, aves, suínos e outros animais usados no consumo humano. Elas transformam esses subprodutos em sebo e em farinhas de carnes, ossos, sangue, pescado e penas, que são utilizadas na produção de rações para criação de animais ou de adubo.
Na história do crescimento de cada cidade, pode-se observar o progressivo deslocamento dos matadouros do centro para a periferia, por conta da poluição que causam ao descartar seus subprodutos como resíduos. Modernamente, têm-se conseguido uma convivência relativamente pacífica entre a cidade e o matadouro, graças a técnicas de tratamento de efluentes e de processamento dos subprodutos em graxarias. O meio ambiente é beneficiado com esta atividade ao não precisar degradar subprodutos perecíveis e poluentes das águas, do solo e do ar, ao tempo em que a graxaria evita a proliferação de insetos e roedores, promovendo ainda a esterilização de produtos contaminados, que também são veículos de zoonoses e epizootias. Atualmente a localização mais conveniente dos matadouros-frigoríficos é próximo às regiões de criação dos animais, não mais nos centros de consumo, graças ao uso da refrigeração no transporte, pois é mais barato transportar a carne resfriada ou congelada do que os animais vivos. Esta tendência apresenta também a vantagem social de levar desenvolvimento às zonas rurais e de diminuir a concentração das zonas urbanas.
Este trabalho discute aspectos tecnológicos das graxarias no Brasil, indústria importante do ponto de vista ambiental e para a produção de sebo e de ração animal, com enfoque especial em soluções que colaborem com uma adequada inserção dos pequenos produtores, comerciantes e industriais na cadeia de negócio da indústria da carne. Assim, na seção 2 a questão ambiental é contextualizada. Na seção 3 são descritas as etapas convencionais