Artigo Fun o social da escola
FUNÇÃO SOCIAL DA ESCOLA BURGUESA: REVISITANDO CONCEITOS
“[...] a nova escola não deveria parecer-se com a antiga, que nela deveria reinar um espírito completamente diferente, que não podia esmagar a personalidade da criança, como foi esmagada pela escola antiga” (KRUPSKAYA apud PISTRAK, 2009, p. 106).
A discussão sobre a função da escola na sociedade não é algo novo e sempre esteve atrelada à tentativa de responder para que servem essas instituições e qual o sentido do trabalho realizado em seu interior. A resposta pode ser óbvia, pois tais instituições sempre se organizaram com o propósito específico de disseminar o conhecimento científico. Entretanto a questão não é tão simples e, para entendê-la, faz-se necessário o desvelamento de uma lógica comprometida com uma inculcação ideológica a serviço de uma determinada ordem social.
Autores como Enguita (1989), Tragtenberg (2004), Bourdieu (2001), Freitas (2010, 2005, 2003, 1995), Gentili (2008, 2005), Caldart (2004), Camini (2009) ajudam-nos a entender que a escola é uma construção histórica, e sua organização, na forma como a conhecemos, sempre esteve comprometida com a consolidação de princípios de uma classe em detrimento de outra. Nessas circunstâncias, a discussão de sua função social passa, necessariamente, pela compreensão de como, ao longo da história, a escola burguesa foi instituída como espaço por excelência para a formação da juventude e disseminação do conhecimento formal.
De acordo com Enguita (1989, p. 105), “sempre existiu algum processo preparatório para a integração nas relações sociais de produção”. Antes mesmo da institucionalização da escola, na forma atual, as gerações mais velhas se preocupavam