O continente sul americano pode não sofrer com guerras convencionais de emprego militar há bastante tempo, no entanto há alguns casos de conflitos envolvendo países do continente e muitos destes tem por motivo questões territoriais, como é o caso da Venezuela e da Guiana na região do Essequibo. O território em questão atualmente faz parte do território guianês, tendo a Venezuela como reclamante sob a alegação de que a área foi arbitrariamente dividida pelos ingleses ainda na época do colonialismo, quando a Guiana foi unificada através do Tratado de Londres[1] e passou a ser definitivamente parte do governo britânico. Em 1831 o Governo britânico contratou o naturalista Robert Schomburgk para delimitar as linhas da Guiana Inglesa, e este o fez através de diversas expedições para o interior, principalmente ao longo dos rios e florestas da região. Após estas expedições, apontou os limites fronteiriços seguindo o curso de rios apontando as fronteiras partindo de Moruca, cortando a tríplice confluência Mazuruni, Cuyuni e Essequibo, até a confluência do Rupununi, no entanto essa linha que ficou conhecida como Linha Schomburgk sofreu alterações políticas de acordo com os desejos britânicos o que deu início às reclamações dos países vizinhos e principalmente da Venezuela como uma tentativa de anexar áreas que inicialmente não fariam parte do território da Guiana Inglesa. A grã Bretanha em sua defesa utilizou o discurso de que estaria avançando as linhas por proteção aos índios da região que supostamente sofriam maus tratos por parte dos venezuelanos. A Venezuela pauta a sua reclamação, principalmente, no fato de que a área que foi incorporada pelos britânicos foi povoada por missões capuchinhas, portanto de colonização espanhola, sendo assim o direito da região após a independência seria venezuelano. O conflito de interesses na área seguiria sem muitas alterações até que em 1885 foram descobertas riquezas minerais, principalmente ouro na área, o que acirrou