Artigo de opinião: Ossos do Ofício
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Ossos do ofício A função pioneira e principal do jornalismo é informar, primando sempre pela verdade, por vezes a qualquer custo. Além disso, caracteriza-se historicamente, por apresentar uma vertente denunciativa, o que torna o exercício de tal profissão ainda mais vulnerável. É possível questionarmos, pois, o quão válido é correr riscos em nome do ofício. À profissão em questão, não se é dado seu merecido valor. Devido ao histórico de dominação com o qual o Brasil se confrontou no decorrer de sua existência – no período colonial por Portugal, enquanto império, pela Inglaterra e como república, pelos EUA – e que acarretou relativo atraso, o desenvolvimento desta atividade profissional ocorreu de forma tardia e amadora. Em consequência, o profissional dessa área é extremamente desvalorizado, o que se reitera pelo baixo piso salarial e pela não exigência do diploma para a atuação nessa área (descredibilizando ainda mais a atividade). Desse modo, tal desvalorização implica em um desrespeito por parte da população aos jornalistas, que se faz perceber nos constantes casos de agressões a estes profissionais que pode ser confirmado pelos dados alarmantes da ONG Repórteres sem Fronteiras, tais dados relatam que dentre os países da América Latina, o Brasil é o mais violento para o exercício da atividade jornalístico, somente no ano de 2013, foram mortos cinco profissionais. Represálias aos jornalistas são históricas no Brasil. Como o fazer jornalístico surge no país amadoristicamente, não exigia-se formação superior para exercer esse cargo, por vezes ocupado por literários, uma vez que, possivelmente, a única exigência fosse uma boa escrita. Como essas personalidades constituíam a parcela intelectual da população, elas sempre participavam, e até lideravam movimentos revolucionários no Brasil Imperial, sofrendo duras represálias por parte do governo quando as “conspirações” eram deflagradas. Um caso mais recente e notório na história da imprensa brasileira é o do