Artigo científico
Garrocho¹ (2007), questiona se a educação infantil está na linha direta de formação de conhecimento que constitui o repertório e a capacidade de renovação da técnica humana capaz de transformar a matéria e produzir riqueza. Para ele uma das técnicas humanas é o modo de entrar no mundo, de habitar.
“Se acreditarmos que a educação infantil é somente uma questão de aprendizagem cujos conteúdos já estão dados de antemão, o brincar será pensado, de um lado, como um exedente de energia a ser gasta, do outro, como um instrumento ou veículo de aprendizagem. Antes disso, o brincar é um plano de experimentação”. GARROCHO, 14 julho de 2007, O brincar e a educação infantil - I.
O brincar, é um modo de buscar um saber sensível exploratório. A técnica do brincar é uma invenção das crianças de todo o mundo. Mesmo lidando sempre com um mundo construído e regulado pela cultura dos machos adultos, as crianças do mundo reivindicam a técnica do brincar que é uma entrada singular no mundo. Singular porque é uma coisa de criança. Um modo de dar sentido à vida antes que os sentidos prontos se imponham sobre ela.
Habitar o mundo é uma técnica que o brincar aciona. Se o brincar nos ensina isso, essa técnica de entrar no mundo, conhecer; como falar, ainda, de uma aprendizagem cujos conteúdos já estão dados de antemão?
Parecendo aderir a uma coisa meio irresponsável, Garrocho nega. Através da espontaneidade, entende o brincar, como um plano de experimentação e o brincar, como experimentação, inclui conhecimentos aprendidos.
No ponto de vista de Garrocho o brincar não se encerra em modelos de experiência, quando as crianças estão brincando, elas instauram um plano de vida que diverge de qualquer modelo, ao contrário, os adultos
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¹ Luiz Carlos Garrocho -